Presente em muitas doenças psiquiátricas - inclusive depressão,
alcoolismo - o surto psicótico é a condição mais popularmente relacionada à
doença mental, isto é, àquilo que as pessoas chamam de loucura. “ - Fulano
surtou! Ficou louco! Pirou!” Ou é relacionada a uma doença espiritual, mística,
etc. Em geral esta pessoa está em um surto psicótico.
O primeiro surto psicótico é uma experiência muito traumatizante
para todos os pacientes, seja causado uma situação passageira, seja por conta
de uma doença duradoura como a Esquizofrenia. Assim é porque de repente
ou aos poucos o paciente é “jogado” num mundo de percepções completamente
estranhas, não compartilhadas por seus pares, angustiantes e apavorantes. Ou
por vozes de origem desconhecida, comandando, influenciando seus atos,
alterando seus pensamentos. Os transtornos psicóticos mais importantes serão
resumidos a seguir.
Esquizofrenia é uma doença mental que se
caracteriza por uma desorganização ampla dos processos mentais. É um quadro
complexo que apresenta sinais e sintomas na área do pensamento, percepção e
emoções, causando prejuízos nos estudos, no trabalho, nas relações sociais e
familiares já que o paciente perde o sentido de realidade ficando incapaz de
distinguir a experiência real da imaginária, pois É vivida como real. Essa
doença se manifesta em surtos agudos com sintomatologia intensa, intercaladas
com períodos de remissão, nos quais a recuperação não é completa havendo um
prejuízo cognitivo, volitivo e organizacional.
A idade de início é o final da adolescência ou início da idade
adulta. O curso é sempre crônico com marcada tendência à deterioração da
personalidade. Há evidências de que a causa seria biológica, genética e
ambientais. Filhos de esquizofrênicos têm uma chance 10 vezes.
A perspectiva das pessoas com esta doença têm melhorado muito
nos últimos anos. Muitos pacientes melhoram o suficiente para levar vidas
satisfatórias e independentes.É imprescindível lembrarmos que os portadores de
esquizofrenia são cidadãos com direitos que devem ser respeitados.
Existem vários tipos de esquizofrenia, com prognósticos
diferentes, assim o medico psiquiatra é indispensável no diagnóstico e
tratamento do problema. O tratamento é multifatorial, e o psiquiatra utilizará
medicamentos antipsicóticos, psicoterapia para psicóticos, abordagem da família
e se preciso internação. Os grupos de auto-ajuda tem se mostrado muito eficazes
para o apoio dos pacientes e familiares de portadores desta doença. Veja mais
sobre isso em www.fenix.org.br.
O Transtorno
Psicótico Breve pode ter um quadro clínico muito parecido com a
Esquizofrenia, apresentando delírios, alucinações, linguagem ou comportamento
desorganizado. Entretanto esses sintomas deverão estar presentes por um curto
espaço de tempo e persistir por um dia, no máximo por 1 mês, melhorando completamente
dentro desse período.
Geralmente encontramos situações estressantes que precipitam o
quadro. O psiquiatra faz uso de medicamentos antipsicóticos, eventualmente
necessitando internação hospitalar. A evolução desses quadros costuma ser
benigna com total remissão dos sintomas.
O Transtorno
Psicótico Compartilhado (Folie à Deux, Codependência) é uma
situação rara na qual uma pessoa começa a apresentar sintomas psicóticos
(delírios), a partir da convivência com um doente psicótico, em geral dentro de
uma mesma família, entre cônjuges, pais e filhos ou entre irmãos. O tratamento
consiste em separar as duas pessoas. Se houver persistência dos sintomas, pode
ser necessário usar medicação antipsicótica. Psicoterapia e terapia familiar
também ajudam no tratamento e prevenção.
O Transtorno
Esquizofreniforme apresenta um quadro clínico muito parecido
com a Esquizofrenia ou a Psicose Breve. A diferença deve-se ao tempo. Ou seja,
os sintomas devem estar presentes por mais de um mês, porém os pacientes não
devem ultrapassar seis meses com o quadro.
A remissão (melhora) deve ocorrer durante esse período, sendo
que quanto mais curto for o episódio, melhor é o prognóstico. Prejuízo social
ou ocupacional em função de seus sintomas podem estar presentes ou não. Seu
tratamento é similar ao da Esquizofrenia.
O Transtorno
Esquizoafetivo tem características de transtorno afetivo
(depressão ou euforia) e transtorno psicótico. Esses sintomas podem apresentar-se
juntos ou de maneira alternada. Ocorre também na adolescência ou início da
idade adulta e costuma ter uma evolução mais benigna que a Esquizofrenia e pior
que o Transtorno de Humor. O tratamento consiste em combinar os tratamentos da
depressão com o da esquizofrenia conforme o medico avalie necessário.
O Transtorno
Delirante tem como principal sintoma um delírio. Delírio é um
tipo de pensamento no qual o indivíduo tem uma crença inabalável em idéias
falsas, não compartilhadas pelo meio que vive. Diferem da Esquizofrenia por não
haver comprometimentode seu comportamento ou linguagem. Os pacientes podem
apresentar alucinações, mais comumente relacionadas ao tato e ao olfato
(cheiros). Apresenta diferentes subtipos:
Tipo erotomaníaco: delírio cujo tema central é que uma pessoa
está apaixonada pelo paciente.
Tipo grandioso: delírios de possuir um grande talento,
conhecimento ou ter feito uma importante descoberta, de ser amigo de uma pessoa
ilustre ou ser o portador de uma mensagem divina. Não deve ser confundido com a
euforia do Transtorno Bipolar.
Tipo ciumento: delírios de que está sendo traído pelo cônjuge.
Tipo persecutório: delírios de que está sendo alvo de alguma
perseguição.
Tipo somático: delírios de que possui alguma doença ou deficiência
física. Pode ser muito grave chegando a referir a completa destruição de seus
órgãos internos.
O tratamento é feito com medicação antipsicótica e psicoterapia.
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