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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Tipos e Características da Memória

Pense na diferença entre memorizar a data de aniversário de alguns amigos versus aprender a andar de bicicleta.

As diversas coisas que aprendemos e lembramos não são processadas sempre pelo mesmo mecanismo neural.

Existem diferentes categorias de memórias, entre elas estão:

A memória ultra-rápida cuja retenção não dura mais que alguns segundos.

A memória de curto prazo (ou curta duração), que dura minutos ou horas e serve para proporcionar a continuidade do nosso sentido do presente

A memória de longo prazo (ou de longa duração), que estabelece engramas (ou traços duradouros (dura dias, semanas ou mesmo anos).

Você acaba de ouvir o telefone ditado por alguém, mas em poucos segundos é incapaz de se lembrar de parte ou de todos aqueles números. Por que ?

Esta memória é temporária e limitada em sua capacidade, sendo armazenada por um tempo muito curto no cérebro, da ordem de milisegundos a poucos minutos. É a memória de curta duração.

Para que ela se torne permanente, ela requer atenção, repetições e idéias associativas. Mas, através de um mecanismo ainda não conhecido, você pode se lembrar subtamente de um fato esquecido, como aquele número de telefone que havia esquecido.

Neste caso, a informação foi armazenada na memória de longa duração que é mais permanente e tem uma capacidade muito mais ampla.

Para uma boa explicação sobre como é formada a memória de longa duração, veja o artigo do Prof. Izquierdo Os Labirintos da Memória.

O processo de armazenar novas informações na memória de longa duração é chamado de consolidação.

A memória para datas (ou fatos históricos e outros eventos) é mais fácil de se formar, mas ela é facilmente esquecida, enquanto que a memória para aprendizagem de habilidades tende a requerer repetição e prática.

Uma elaboração do conceito da memória de curta duração que tem sido feita nos últimos anos é a memória operacional (veja abaixo), um termo mais genérico para o armazenamento da informação temporária.

Muitos especialistas consideram memória de curta duração e memória operacional como a mesma coisa.

Entretanto, uma característica chave que distingue uma da outra é, não somente o seu aspecto operacional, como também as múltiplas regiões no cérebro onde o armazenamento temporário ocorre.

Isto implica que nós podemos não ser conscientes de todas as informações armazenadas ao mesmo tempo na memória operacional, nas diferentes partes do cérebro. Tomemos o exemplo de dirigir um carro. Esta é uma tarefa complexa que requer diversos tipos de informações processados simultaneamente, tais como a informação sensorial, cognitiva e motora.

Parece improvável que estes vários tipos de informação sejam armazenados em um único sistema de memória de curta duração.

Nossa habilidade de lembrar eventos não se reflete na operação de um único sistema de memória, mas em uma combinação de no mínimo duas estratégias usadas pelo cérebro para adquirir informação. Uma das estratégias é denominada de memória explicita, ou memória declarativa, requerendo participação consciente e envolvendo o hipocampo e o lobo temporal. a outra estratégia é a memória implícita, a qual não requer participação consciente, utilizando estruturas não corticais. Vejamos o significado de cada uma delas.





Memória operacional - é crucial tanto no momento da aquisição como no momento da evocação de toda e qualquer memória, declarativa ou não. Através dela armazenamos temporariamente informações que serão úteis apenas para o raciocínio imediato e a resolução de problemas, ou para a elaboração de comportamentos, podendo ser esquecidas logo a seguir. Em outras palavras, ela mantém a informação viva durante poucos segundos ou minutos, enquanto ela está sendo percebida ou processada. Armazenamos em nossa memória operacional, por exemplo, o local onde estacionamos o automóvel, uma informação que será necessária até o momento de chegarmos até o carro. Esta forma de memória é sustentada pela atividade elétrica de neurônios do córtex pré-frontal (a área do lobo frontal anterior ao cortex motor). Esses neurônios interagem com outros, através do cortex entorrinal, inclusive do hipocampo, durante a percepção, aquisição ou evocação.

Memória declarativa (ou explícita) é a memória para fatos e eventos, por exemplo, lembrança de datas, fatos históricos, números de telefone, etc. Reúne tudo o que podemos evocar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Subcaracterizada em

• episódica- quando envolve eventos datados, isto é relacionados ao tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de setembro.

• semântica- Abrange a memória do significado das palavras (do latin "significado").



É a co-participação partilhada do significado de uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais. Usamos este tipo de memória ao aprender que Einstein criou a teoria da relatividade, ou que a capital da Itália é Roma.



Memória não-declarativa (ou implícita) - Se difere da explícita (declarativa) porque não precisa ser verbalizada (declarada). É a memória para procedimentos e habilidades, por exemplo, a habilidade para dirigir, jogar bola, dar um nó no cordão do sapato e da gravata, etc. Pode ser de quatro subtipos.

• memória adquirida e evocada por meio de "dicas" (Priming) (ou memória de representação perceptual) - que corresponde à imagem de um evento, preliminar à compreensão do que ele significa. Um objeto, por exemplo, pode ser retido nesse tipo de memória implícita antes que saibamos o que é, para que serve, etc. Considera-se que a memória pode ser evocada por meio de "dicas" (fragmentos de uma imagem, a primeira palavra de uma poesia, certos gestos, odores ou sons).

• memória de procedimentos - refere-se às habilidades e hábitos. Conhecemos os movimentos necessários para dar um nó em uma garvata, nadar, dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-lo verbalmente.

• memória associativa

• memória não-associativa - Estas duas últimas estão estretitamente relacionadas a algum tipo de resposta ou comportamento. Empregamos a memória associativa, por exemplo, quando começamos a salivar pelo simples fato de olhar para um alimento apetitoso, por termos, em algum momento de nossa vida associado seu aspecto ou cheiro à alimentação. Por outro lado, usamos a memória não associativa quando, sem nos darmos conta, aprendemos que um estímulo repetitivo, por exemplo, o latido de um cãozinho, não traz riscos, o que nos faz relaxar e ignorá-lo.





Adaptado de 1

O hipocampo e o cortex temporal (veja abaixo) parecem estar envolvidos na formação da memória declarativa, mas não na memória de procedimentos. Enquanto que certos núcleos do cerebelo e medula espinhal parecem ser necessários para a formação de memórias de procedimento, mas não intervêm na memória declarativa. Devido a esta organização anatômica, assume-se que a memória declarativa é controlada por mecanismos cerebrais superiores, enquanto que a memória de procedimentos parece depender de sistemas e regiões inferiores.

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